Trovadorismo

O Trovadorismo floresceu em Provença, região metropolitana da França, no século XI, e perdurou até o século XIV. Foi um grande centro irradiador da atividade lírica, dado o luxo e o fausto nas Cortes dos senhores feudais. Nesse período houve o fim do Império Romano do Ocidente e o início da Idade Média com o domínio de grandes propriedades rurais denominadas feudos, composta por proprietários das antigas aristocracias. A Igreja romana ganha expressão cultural e se posiciona como mediadora da explicação do mundo criando a concepção do Teocentrismo no qual Deus é representado como o centro do Universo e determinando que os bens espirituais estavam acima dos bens materiais. Além disso, aconteceram as Cruzadas, tendo Lisboa como porto mais próximo com destino a Jerusalém, que tinham entre os seus seguidores os chamados poetas jograis, que introduziram em Portugal a moda poética dos cantares de amor.
A poesia trovadoresca, com acompanhamento musical, foi à maior expressão do lirismo europeu medieval em que expressava o espírito cavalheiresco no qual fundia os valores aristocráticos com os valores religiosos da época, embora o ambiente mostrado pelas cantigas de amigo fosse muitas vezes rural e provinciano. As novelas de cavalaria também apresentavam essas características, sendo compostas por narrativas em prosa que celebravam os grandes feitos dos cavaleiros, como exemplo, os cavaleiros da Távola Redonda do rei Artur. Além disso, o sentimento amoroso foi tratado como o cerne da vida pelos trovadores e jograis refletindo o comportamento da corte feudal. Esse tipo de amor ficou conhecido como “amor cortês”, típico das cantigas de amor. Com o tempo, o culto à mulher passa a ser sublimado na forma de um amor platônico, ou seja, inatingível. Havia ainda as cantigas satíricas, d'escárnio e de maldizer. O movimento literário inicia-se em 1198 (ou 1189) com Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós, talvez dedicada a Maria Pais Ribeiro, e termina, quando Fernão Lopes é nomeado cronista-mor da Torre do Tombo, por D. Duarte em 1434, dando início ao Humanismo.